É possível (?) haver alguma correlação situação econômica de um país & literatura — não falo ou da situação econômica (que nada entendo) ou da literatura (meu hiperfoco) em si, mas falo do que resulta do elo entre as duas — e até mesmo um toque de realismo (nada mágico!) na criação de um mundo ficcional verossímil (é, estou falando de escrever um livro de ficção, caso não tenha captado).
Verossimilhança. No estilo: tá, isso pode acontecer na vida real. É uma história de terror?, horror?, suspense?, ficção científica? Os monstros estão domesticados ou são selvagens? Dói na pele (de quem lê) ou é meramente ilusório e superficial? Não pretendo abordar todos os aspectos que essa correlação implica; escolho duas variantes (não falo de gênero literário nem maneira de escrita) para a discussão.
o personagem está inserido diretamente no contexto sócio-político-econônico do país
o personagem, e todas suas ações, ignora(m) esse contexto frente a um caso específico (por exemplo: a traição de esposa/marido)
Poderia escolher o Brasil, mas desta vez seleciono a Argentina para um exemplo hipotético.
espera deixa eu abir a janela para entrar um vento estou sufocando aqui
Não sei até que ponto posso falar sobre, sem incorrer no grave erro de falar inverdades (o famoso bostear pela boca), entanto arriscarei um bocado para: que foi que o Milei fez? não não não, vou melhorar: o que está acontecendo com a Argentina?
Vi, na postagem de outra news, sempre que choveu parou, de Júnior Bueno, na qual é abordado um tema delicado (a situação econômica da Argentina — e alguns que tais relacionados ao Brasil também), de ter o povo de lá trocado “o picolé de bosta pelo picolé de veneno porque queria um sabor ruim diferente pra variar”, e toda relação com a Literatura (desculpem, sempre vou fazer o possível para falar de Literatura!) legada por escritores e escritoras de sangue argentino.
Não dá para simplesmente dizer que a Argentina está morta, mas é possível ver que ela se afunda cada vez mais, há bastante tempo, na lama; espero, porém, que a Literatura ainda produzida por lá não seja afetada!; eu diria que isso acontece desde o início dos anos 1900 no nosso país irmão.
Dá para falar, aí sim, dos expoentes e (re)conhecidos Jorge Luis Borges, Estela Canto (Borges era apaixonado por Estela, para quem não sabe; ela o considerava um amigo, apenas), Bioy e tantos outros. De quando “siempre que llovió, paró”, de quando histórias (cada quais dentro de seus respectivos nichos literários) choveram em nossas mentes e, então, ajudou a parar nossa inaptidão, “fez uma última leva, reuniu os milhares de rostos que o homem sabe, sem saber”1 e nos ofertaram um legado monstro.
Gaudério ou não, gaúcho (não falo só do termo relacionado ao povo do Rio Grande do Sul, no Brasil; falo de todo um povo dessa região, Rio Grande do Sul, Uruguai, Argentina, coisa assim) ou não, do pampa à cidade, confraternizamos uma irmandade literária (eu já disse e repito: faço o possível sempre para falar de Literatura) eterna, um pedido de que “não falte a meus lábios no derradeiro momento”2 o mel da Literatura de nossa verve. É tão somente (eu preferia antes, quando se escrevia tão-somente) a doce ilusão de que, ao viver mil vidas, a nossa — a minha — venha ser menos deletéria.
olha os reclames do leon
VOCÊ já pensou em me ajudar em algumas tarefas?
Pois sim, este é um pedido, meu, para inclusive melhorar minha escrita, e também me apoiar em novos projetos literários — a Literatura é meu hiperfoco! Fiz um questionário simples em que você vai me passar a senha da conta no qual me auxiliará em inúmeras tarefas literárias, também conhecer VOCÊ e seus gostos literários. Só clicar AQUI e pronto, o formulário google abrirá na sua tela e VOCÊ poderá conferir que (nada de pegadinha do mallandro) se trata de algo bastante sério!
Outra coisa: VOCÊ pode me ajudar na compra um pelo menos um exemplar de meu livro Eles estão dentro de mim?
Então há três formas:
E-book Amazon
Físico Amazon
Físico direto comigo. Basta responder que SIM, EU QUERO, que eu entro em contato para maiores detalhes. Autografado e tudo!
Outra coisa: em 2025, publicarei novo livro! EBA! Ficção que versa sobre autismo. Então: ATENÇÃO!
fim dos reclames do leon
A Argentina é carregada ad aeternum nas vozes de escritores e escritoras de garbo e elegância, independente sua condição política sempre tão caótica, tão mergulhante, desesperadora — em teoria, o Brasil se sobressai em alguns aspectos, mas, analisando melhor, não é tão diferente.
E como terminar esse artigo? Qual maneira diferente devo dar ponto final? Vou tentar.
Já sei!
Aqui vai!
Poderia ser Jorge, ou Luis, ou mesmo Júnior, quem sabe um leon da vida, mas preferiu chamar-se ninguém com letra minúscula, sem nenhuma variante, comum, vida sóbria frugal, coração murcho andou pelas ruas de Balneário Camboriú Porto Alegre Buenos Aires qualquer cidade inclusive sem nome ruas demasiadamente estúpidas, paralelepípedos, calçamento disforme, a intenção perdida sem nem mesmo desejo de encontrar-se preocupado com apenas uma coisa: tentar. Que faz no céu agora? Luz Sol Lua o azul escuro contínuo do universo pouco estrelado no muro o reflexo de uma mente esvaziada e caída partida de uma lâmpada amarelada no poste uma casa em desalinho e a relva a engolir janelas qualquer lugar para onde os olhos pousam é o futuro que se quer conquistado. Argentina prateada povos do pampa sul reunidos Brasil Paraguai e Uruguai com as próprias máculas e dilemas a rumar a um plácido lugar nos corações poetizas-poetas que tanto nos acalentam com o céu prometido.
3 Este texto foi escrito por conta do Amigo Secreto do grupo de Discord Newsletter BR, e foi direcionado a Júnior Bueno e sua postagem (acima citada).
a imagem desse artigo foi gerada por Ia.
Estrofe do poema Isidoro Acevedo, Jorge Luis Borges.
Estrofe do poema de Borges, enviado para Estela Canto, quando o escritor esteve em Santiago do Estero; excerto do livro Borges à contraluz, de Estela Canto.
Este texto foi escrito por conta do Amigo Secreto do grupo de Discord Newsletter BR, e foi direcionado a Júnior Bueno e sua postagem (acima citada).
obrigado leon, pelo lindo texto! e viva a literatura latino-americana!